sexta-feira, 15 de abril de 2011

Acordo entre o Serviço Florestal e FSC irá estimular boas práticas de manejo florestal

Serviço Florestal Brasileiro e o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council - FSC Brasil) assinaram nesta quinta-feira passada, 31 de março, um acordo de cooperação técnica com o objetivo de fortalecer a implementação das práticas de manejo em florestas nativas e de criar condições para que a sociedade tenha a garantia de produtos sustentáveis.

A parceria prevê a realização de oficinas e capacitações sobre manejo e certificação voluntária, além da elaboração de material para explicar os procedimentos necessários para se tornar um produtor de madeira ou de produtos não madeireiros com os critérios reconhecidos para entidade.

As iniciativas que se beneficiam com o acordo abrangem as concessões florestais e o manejo comunitário. "As concessões são uma oportunidade única de a certificação aumentar sua participação na Amazônia", afirma o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel. Existem hoje mais de 1 milhão de hectares em diferentes estágios do processo de concessão na região Norte.

Segundo o presidente do FSC Brasil, Estêvão Braga, a parceria ajuda a harmonizar os esforços para promover o manejo ambiental, social e economicamente correto e aproxima duas ferramentas que incentivam o manejo florestal sustentável, as concessões e a certificação florestal.

"A nossa ideia é que os concessionários, que já fazem o bom manejo florestal porque a regra pede isso, dêem um passo a mais e obtenham a certificação, que permite acessar mercados que só compram madeira certificada e também se diferenciar no mercado", afirma Braga. Apesar de o consumidor estar cada vez mais exigente com relação à sustentabilidade, o presidente afirma que falta madeira certificada no mercado. "Só 3% da produção na Amazônia é certificada."

COMUNIDADES - O acordo entre o Serviço Florestal e o FSC Brasil pretende estimular também o bom manejo florestal realizado por agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, que desempenham um importante papel para a conservação da floresta.

"As comunidades manejam uma boa parte da região amazônica. Milhares de famílias vivem da floresta e a ideia é estimular o bom manejo dentro dessas áreas. As comunidades são, em última análise, os guardiões da floresta", afirma Braga.

No Acre, a certificação voluntária em uma cooperativa trouxe benefícios para a floresta e para a qualidade de vida das famílias, que tiveram um aumento médio de quase R$ 6 mil reais por ano na renda e que, em alguns casos, ultrapassou R$ 15 mil. Os produtos que eles comercializam obtêm maior valor agregado e mostram que a floresta em pé também gera riqueza.


FONTE:http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=5163

Serviço Florestal, Fundação Roberto Marinho e Fundo Vale unidos pela qualificação profissional

Uma ação que une Serviço Florestal Brasileiro, Fundação Roberto Marinho, Fundo Vale e outras instituições vai difundir informações sobre a importância do manejo de florestas e capacitará profissionais para atuar no setor por meio do projeto Educação para o Manejo Florestal.

A iniciativa surgiu com o objetivo de aumentar a oferta de profissionais qualificados na Amazônia para trabalhar com a extração sustentável de madeira e de produtos não madeireiros. Estima-se que, em curto prazo, sejam necessários pelo menos 10 mil trabalhadores treinados para essas atividades.

"A demanda por profissionais qualificados para o manejo na Amazônia é grande e tende a aumentar com as concessões e com o manejo florestal comunitário", afirma o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel.

Existem mais de 1 milhão de hectares em diferentes estágios do processo de concessão na Amazônia, mas a expectativa é chegar a 10 milhões de hectares nos próximos anos. Nessas áreas em que haverá o uso sustentável da floresta, será necessário contratar funcionários, principalmente locais. Mais de 80% da mão de obra das concessões têm sido recrutada nos municípios onde está a área concedida.

Na terça-feira, 5, um encontro em Belém (PA) promovido pela Fundação Roberto Marinho e pelo Fundo Vale reuniu governo e entidades ligadas ao manejo para discutir as perspectivas do mercado florestal e recolher recomendações para o projeto de educação para o manejo.

ENSINO - A ideia do projeto é usar a metodologia dos telecursos da Fundação Roberto Marinho para tratar do manejo em escolas da região Norte e, assim, despertar vocações e mostrar as possibilidades profissionais em atividades sustentáveis na floresta.

Além do ensino à distância, está previsto o treinamento em campo de extensionistas para difundir as técnicas do manejo entre comunidades. Com esta ação, o projeto pretende aumentar o número desses trabalhadores na região Norte. Segundo dados de 2006, foram formados menos de 60 técnicos florestais na Amazônia.

Os benefícios da qualificação profissional tendem a se refletir na eficiência do trabalho na floresta. Um motosserrista com qualificação, por exemplo, saberá como fazer o corte com o maior aproveitamento do volume de madeira e, para isso, usará técnicas que aumentam a sua própria segurança na hora de realizar a extração,. "Um profissional treinado aumenta o rendimento da atividade florestal e, por consequência, diminui a pressão sobre o recurso florestal", afirma Hummel.

A previsão é de que o projeto Educação para o Manejo Florestal tenha início ainda em 2011 com apoio do Fundo Vale, que atua em parceria com instituições públicas e organizações do terceiro setor em ações estruturantes e transformadoras, que conciliem conservação e uso sustentável dos recursos naturais.


FONTE: http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=5164

Mercado editorial é um dos alvos da Suzano

Com cerca de 20% da produção de papel voltada ao mercado editorial para brasileiro, a Suzano Papel e Celulose anunciou nesta quinta-feira (7) que tem condições de ganhar participação no segmento neste ano.

“A aquisição integral do Consórcio Paulista de Papel e Celulose (Conpacel) no final do ano passado ampliou a capacidade da companhia de produção de papel em geral em 190 mil toneladas anuais e garantiu maior disponibilidade de produto para o mercado editorial’, diz nota da empresa.

A Suzano conta atualmente com três linhas de produtos não-revestidos, Pólen, Paperfect e Alta Alvura, e oferece o mix completo de papéis para produção de livros, incluindo o papelcartão para as capas.

No mercado de livros didáticos, segmento que de acordo com a Suzano tem representado grandes oportunidades de negócios, “especialmente com as encomendas do governo que, hoje, são mais equilibradas de um ano para o outr”, a Suzano atua especialmente coma os papéis Paperfect e Alta Alvura.


FONTE: http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=5156

Carvão vegetal no Brasil e a produção de aço verde

O Brasil deverá desenvolver consistentemente a capacidade técnica e gerencial para melhorar e ampliar a oferta de aço verde, produto de alta qualidade e com grandes vantagens na conservação da biodiversidade nativa e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

As emissões de GEE são geralmente relacionadas ao desmatamento e à queima de combustíveis fósseis nos motores veiculares, nos fornos industriais e nas termelétricas para a geração de energia elétrica. Além dessas importantes emissões a produção de aço, a matéria prima para a construção dos motores e das máquinas, é realizada essencialmente a partir de coque de carvão mineral, que também é um combustível fóssil.

O carvão mineral é o combustível mais poluente que a humanidade usa em termos de emissões de gases de efeito estufa, superando o petróleo e o gás natural, os outros dois tipos de combustíveis fósseis. Na indústria siderúrgica o carvão mineral é usado na forma de coque, a fonte de carbono para reagir com o minério de ferro (redutor) e produzir a liga metálica que denominamos de aço. A siderurgia é uma indústria de base imprescindível no desenvolvimento da sociedade. Alternativamente ao coque de carvão mineral na produção de aço, pode ser usado o carvão vegetal. O carvão vegetal pode ser considerado um coque renovável.

A matriz energética brasileira é reconhecidamente a mais limpa do mundo. Nela, quase a metade do consumo de energia primária é de fonte renovável: exatamente 47,6%, segundo o Balanço Energético Nacional de 2010 (BEN 2010, https://ben.epe.gov.br). Nesse total, hidráulica e eletricidade correspondem a 15,3%, 10,1% a lenha e carvão vegetal e 18,1% a produtos da cana-de-açúcar. Os 3,8% restantes provêem de outras fontes como eólica e solar.

Ao analisar as séries históricas do Balanço Energético Nacional (https://ben.epe.gov.br), verifica-se claramente que antes da Segunda Guerra Mundial, em 1940, o Brasil era um país essencialmente a movido a lenha. Mais de 80% do consumo da energia primária no país naquela época era atendido com lenha. Grande parte ou mesmo a totalidade da lenha usada era de origem nativa. De lá até os dias atuais, a taxa de crescimento da lenha e do carvão vegetal foi muito mais baixa do que a taxa de crescimento dos produtos da cana-de-açúcar.

Os produtos da cana tiveram o mesmo vigor de crescimento do petróleo e da energia hidráulica. A lenha e carvão vegetal não. O crescimento gradativo da cana mostra o efeito claro da agregação tecnológica, evoluindo do engenho para as destilarias atuais. A lenha continua com seus tradicionais fornos produzindo o carvão vegetal, que, em 2010 teve a produção de 10 milhões de toneladas.

A oferta global de energia no Brasil cresceu quase 10 vezes em 70 anos, de 1940 a 2010. A oferta de lenha e carvão vegetal mais que dobrou, cresceu 1,2 vezes; porém a oferta de produtos da cana cresceu quase 78 vezes. A oferta de petróleo, gás e derivados cresceu 60 vezes. A oferta de hidráulica e eletricidade cresceu 106 vezes. Isso na prática significa que a lenha e o carvão vegetal tiveram uma brutal retração relativa ao longo desses anos. Entretanto, ao contrário da situação de 1940, a lenha utilizada para a produção do carvão vegetal é obtida tanto de vegetação nativa, quanto de florestas plantadas, principalmente, de eucalipto.

O produto final do carvão vegetal obtido de lenha de florestas plantadas é o “aço verde”, um produto brasileiro com características únicas no mundo, capaz de ajudar na mitigação das emissões de gases de efeito estufa de forma vantajosa. A siderurgia a carvão vegetal no Brasil está basicamente concentrada no estado de Minas Gerais, com a metade do setor e na região de Carajás, que engloba Pará e Maranhão. Mato Grosso do Sul é uma nova fronteira e poderá vir a ser um campo apropriado para a inovação no setor, mas não o único.

O aço verde poderá ser uma bandeira com viés ambiental e sustentável que o Brasil levará aos fóruns mundiais. Isso é viável, pois a cadeia produtiva do carvão vegetal está ligada as demandas ambientais, sociais e econômicas. Assim, temos necessariamente que introduzir novos processos, novas tecnologias e novas aplicações para a lenha e o carvão vegetal no Brasil.

O caminho deverá ser com Políticas Públicas adequadas e parceria do tipo público-privado. Temos, obrigatoriamente, que aumentar a sustentabilidade e a renovabilidade na produção de lenha e carvão vegetal com controle na origem da matéria-prima e o seu aproveitamento integral como, por exemplo, realizando a recuperação do alcatrão e do bio-óleo. Devemos, por ser o país mais interessado no sucesso da cadeia produtiva do carvão vegetal, diminuir o consumo de matéria-prima proveniente da floresta nativa na produção de lenha e carvão vegetal com leis que sejam efetivas e inibam crimes ambientais.

Finalmente, podemos também viabilizar o uso de matérias-primas não florestais. Nesse campo, os resíduos agro-industriais e processos de carbonização e pirólise para produzir carvão usando essas matérias-primas serão inovadores. Podemos citar os briquetes siderúrgicos e carvão vegetal em pó derivados de resíduos agroindustriais e florestais como desenvolvimentos importantes a realizar.

Considerando-se que neste ano de 2011 celebra-se o Ano Internacional das Florestas e também o Ano Internacional da Química podemos juntar esses dois grandes temas e celebrar a Química Verde e incentivar a produção do Aço Verde.


FONTE: http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=5159